Estava lendo um livro de Irvine Welsh e um trecho me chamou a atenção. Falava sobre os livros prediletos de um personagem, e um deles é O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Um dos meus livros prediletos também.
O engraçado que uma relação entre dois personagens que é alimentado pela disputa profissional e valores comportamentais levou a um deles a amaldiçoar o outro. E essa maldição é semelhante a qual Dorian Gray comete, neste caso, ele se amaldiçoa em prol de sua vaidade.
Achei interessante o autor ter comentado o único romance do poeta sendo que um dos pontos mais atrativos da trama foi baseada na obra.
Não considero um demérito um autor referenciar em seus textos obras ou fatos que marcaram sua identidade como leitor e/ou escritor.
Tanto que, neste post irei revelar referênciasem Mil Lancesde Fogo.Não, não há mensagens subliminares.
Contém spoilers!
Uma delas é uma situação que ocorreu com Tolkien. No capítulo seis(Fã n°2), um dos integrantes do fã-clube de Júlio Monteiro explica a Ivan porque o maior sucesso do escritor nunca virou filme. Ele diz que o autor recebeu uma oferta para adaptar a obra de sete volumes sendo resumida em três longas, ele assistiu a um piloto de cinco minutos e teve um ataque de tosse quando viu que os efeitos eram de baixa qualidade, mudaram o final e que substituiriam a cena da praga de ratos por uma de pássaros por serem mais fáceis de adestrar.
Essa situação nada mais foi do que aconteceu com Tolkien: Quando ofertaram há muitos anos que O Senhor dos Anéis fosse para as telonas a produtora lançou um piloto e o escritor teve um ataque de tosse quando viu a péssima qualidade dos efeitos especiais e que os Orcs tinham bicos, pois segundo um produtor, economizava na maquiagem. Tolkien não assinou o contrato e infelizmente deixou o mundo antes de assistir á magnífica adaptação pelas mãos de Peter Jackson.
Essa referência cheira a uma homenagem, talvez sim…
Outra referência aparece no conto Pena da Esperança, lido por Ivan. Na verdade, nesse conto há duas referências.
A primeira é sobre uma das vidas passadas do papagaio Roque. Ele se lembra de que já fora um humano. E que também fora um cachorro por duas vezes. Na primeira das encarnações como um cachorro se recordou remotamente que fora uma cadela pastor-alemão que foi morta por seu próprio dono. Não ficou muito explícito, mas a cadela seria Blonde, o animal de estimação de Hitler(fique bem claro que por este não possuo simpatia alguma) que a envenenou antes de cometer suicídio.
Outra referência presente no conto é sobre o incêndio do circo. Em que um anão o incendiou para se vingar de sua demissão. Isso ocorreu de fato e infelizmente várias pessoas morreram.
As minhas referências indicam mais a invasão da ficção sobre a realidade. E acho que isso será um dos aspectos mais presentes na minha literatura.
Há outras, mas não revelarei tão cedo. Quem descobrir ou tiver uma suspeita, fico contente em discutir.
Ah, sobre as mensagens subliminares, elas não existem mesmo. Mas deixei algo oculto que quem descobrir ganhará um exemplar de meu próximo livro a ser publicado, seja ele qual for.
Ma’a salama!