Acho que uma retrospectiva que dê maior ânimo aos próximos meses é aquela em que, como o título entrega, reserva o olhar saudosista somente aos melhores momentos. Minha sincera opinião e parcialidade pode deixar alguns de beiço torcido, mas, que seja…
Como este espaço é voltado para minha carreira literária e tudo o que a permeia, espeta e incha, deixarei de fora situações como mudança de emprego, relações pessoais e aquelas “horas felizes” que renderam toneladas de risadas ignóbeis. Não se ofenda se não for mencionado aqui, por favor.
Então, bora lá:
Como releituras não vale, serei obrigado a excluir Quatro Estações do mestre Stephen King, que li pela primeira vez há uma década e que me deletei novamente com uma versão de bolso.
O que ocupa o pódio é uma FC brazuca. A ótima coletânea Campo Total e outros contos de ficção científica, do Carlos Orsi. Os contos Um Bom Emprego e Nativos são os melhores.
De fantasia ganha Crônicas de Atlântida, do Antônio Luiz M C Costa, em que o mito de Platão é expandido num universo significativo e explorado em uma narrativa recheada de detalhes pra nenhum órfão de Tolkien botar defeito.
Os marvetes molharam as calcinhas com X-Men Dias de um futuro esquecido (X-Men Days Of A Future Past) e Guardiões da Galáxia (Guardians of Galaxy). Mas em minha opinião o melhor dessa safra foi Capitão América 2 O soldado Invernal (Captain America The Winter Soldier), que superou exponencialmente o primeiro.
Muito embora, o top do ano passado foi Nebraska, comédia e drama familiar em preto e branco com ótimas atuações em um roteiro simples.
Fui convencido e assisti aos dois primeiros Jogos Vorazes (The Hunger Games), não virei fã, mas confesso que gostei, até porque a Jennifer Lawrence é o novo sonho de consumo da molecada.
No último volume Lazaretto, de Jack White, que foi o vinil (sim, vinil) mais vendido do ano, superando até mesmo o Vitalogy (1994) do Pearl Jam, me convenceu de que o branquelo realmente tem o mojo criativo.
Do rock nacional além do Ratos de Porão com o seu Século Sinistro que está mais entendível, salva o bem trabalhado Nheengatu do Titãs que também é lá heavy, ao estilo deles.
A vida não é só entretimento caseiro. Fui à duas exposições sensacionais, no começo do ano no MIS fiquei de olhos vidrados na herança de Stanley Kubrick. A fila quilométrica e o risco de ter a porta fechada na cara foram compensadas pelos sets dedicados a cada filme de um dos maiores diretores que a sétima arte pôde ter.
No fim do ano conferi a Natureza da Invenção de Leonardo Da Vinci, que está rolando na Galeria de Arte Sesi São Paulo até o dia 10 de maio desse ano (2015)
A maioria das maquetes representavam projetos inviáveis para a época, o que comprova que o artista estava de fato além do seu tempo. Fiquei imaginando se algum romancista tivesse se inspirado em seus trabalhos, com certeza esse seria o precursor do gênero steampunk, para tal, basta ver uma roupa de mergulho elaborada pelo gênio:
E por último, mas não menos importante: a Copa do Mundo em terras tupiniquins.
Se o maior espetáculo da Terra não rendeu o hexa ao nosso Brasil varonil e mesmo que o fracasso do jogo contra a Alemanha ecoará por alguns anos, tenho uma conquista importante a celebrar.
Completei pela primeira vez um álbum de figurinhas, no caso, a edição comemorativa da Panini. Um sentimento infantil aflorou nesse dia, e com muito orgulho depositei o álbum sobre os outros que mesmo incompletos eram mantidos no acervo.
Mabruk para mim mesmo.
Ma’a salama 2014!