O Despertar da Força

Kylo Ren é um Sith
Kylo Ren é Luke Skywalker
Kylo Ren é filho de Luke Skywalker
Kylo Ren é filho de um stormtrooper que se exilou
Kylo Ren é filho de Han Solo com Leia
Kylo Ren é uma distração dos trailers
Kylo Ren é morto por Poe Dameron
Kylo Ren é vítima do complexo de messias

George Lucas está curtindo a aposentadoria do universo da space opera mais popular do universo (estamos sozinhos nessa imensidão até agora, né?). Após vender os direitos para a gigante Disney por humildes 4 bilhões de dólares, e em dias de sol deve curtir um bronzeado no rancho Skywalker, talvez torcendo para manter o casamento e não ter que enfrentar outro divórcio, e de alma lavada por ter finalizado a saga dez anos atrás.
Um pouco inconformado ficou ao ter suas sugestões ignoradas quando prestou serviço de consultor para os novos filmes, mas o seu legado não será esquecido.

BB-8 é um agente duplo
BB-8 é uma evolução do R2-D2
BB-8 é da família do R2-D2
BB-8 é portador de um fator decisivo da trama
BB-8 é puro capricho estético
BB-8 é lavagem cerebral pra inflar merchandising

JJ Abrams deve estar tomando remédios para dormir, a data de estreia está a menos de uma semana, e o diretor sente seu nome linkado a uma franquia bilionária e considerada um dos pilares da cultura nerd mundial.
A experiência no mundo hollywoodiano pode de certa forma lhe acalmar, são anos de pressão a cada novo projeto. Sobreviveu ao levante idólatra dos trekkies (digo, trekkers) então deve estar crente que essa será a fronteira final de sua carreira, pois se sobreviver a isso, nada mais o derrubará.
As teorias são muitas, repuxadas pela expectativa e ansiedade de muitos fãs de várias gerações. Mas JJ Abrams também está acostumado à antecipação dos especialistas e mantenedores de estandartes de fandoms. Quando Lost atingiu níveis de audiência exorbitantes e abriram espaço para os fãs discutirem a série, milhares de postagens iniciaram um debate extenso sobre o que era a ilha e a condição dos que ali estavam, e as possibilidades quase se esgotavam, ao ponto de que alguém poderia ter acertado a opinião. Mas no fim, não foi o que ocorreu…

Mas infelizmente, além de toda pressão pela expectativa e receio de ser comparado a uma retomada morna como muitos criticaram o episódio 1 em 1999, JJ Abrams acompanha as polêmicas envolvidas nessa empreitada.
De detalhes técnicos como o uso excessivo do efeito flare (defeito ótico quando a luz entra diretamente através das extremidades da lente, causando manchas de luz em formas circulares ou hexagonais), no qual pediu desculpas publicamente dizendo que a edição final seria reduzida ao máximo a sua marca registrada e mantidos somente os necessários.
Até o racismo explícito, proeminentes em comentários em fóruns sobre o protagonista interpretado pelo ator John Boyega (“Ataque ao prédio”) ser negro,  e recentemente centro de discussões na versão chinesa do pôster, onde ele e o Chewbacca parecem não ter muita importância:

Versão chinesa: "Não é racismo. É apenas..., é um..., é..."

Versão chinesa: “Não é racismo. É apenas…, é um…, é…”

 

Estressado JJ Abrams está (juro que não tentei parecer o Yoda).
Se os Fandoms estivessem mais preocupados em confiscar as credenciais nerd de indivíduos que se dizem fãs da saga épica (que conta uma estória com forte apelo fantástico e com valores sobre a luta do bem contra o mal em uma galáxia múltipla em diversidade racial, étnica e cultural) e ainda pedem intervenção militar em debates políticos e expressam seu racismo e fascismo gratuitamente, o diretor poderia ter uma preocupação a menos e estar focado no trabalho a fim de entregar o resultado final com a devida qualidade que nós aguardamos com ansiedade, mesmo sabendo que tudo está ligado a uma imensa indústria de cultura pop para massas vistas no final das contas pelos grandes estúdios como consumidores.
Mas, a essência de sermos fãs dessa saga são os valores dessa tal de Força, intrínseca em nosso ser (mesmo que ambígua, mas não babaca e discriminatória), e que adoramos compartilhar mesmo com esse panorama épico e fantasioso não somente para nos entreter, mas para que continue desperta, seja nesta e nas galáxias muito, muito distantes.

Ma’a salama!

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